#NossasCorredoras! ✨ Conheça JULYANA VILAR
10/02/2025 | 08:16:59

Julyana Vilar, mãe de Vinícius e Lucas, doutora em Antropologia Social, psicopedagoga e servidora pública federal.
Comecei a prática de atividade física em um momento em que estava muito perto de desenvolver alguma doença relacionada ao meu sistema mental e emocional. Eu estava ali “paquerando” o burnout, lidando diariamente com situações extremas de estresse e flertando com a depressão e a ansiedade. Foi quando resolvi me matricular em aulas de Yoga, um pouco desacreditada de que aquilo funcionaria, mas com muita fé na opção sugerida pela minha psicóloga (inclusive, pessoal, façam terapia).
Comecei a prática de Yoga e logo passei a gostar! Aquilo foi evoluindo, e eu comecei a inserir outras atividades físicas na minha rotina, como muay thai, musculação e corrida. No início, sentia-me culpada, pois, no nosso imaginário social, aquele momento de atividade física é visto como “perda de tempo”, já que poderia estar trabalhando, fazendo tarefas domésticas, estudando ou passando tempo com meus filhos. No entanto, percebi que, na verdade, esse tempo dedicado ao autocuidado estava me ajudando a me organizar melhor, para que, ao sair dali, eu pudesse dar o meu melhor no trabalho, nos estudos e para as pessoas que amo.
Quem aqui já sentiu que, antes da atividade física, ficava pensando demais sobre um problema específico, e, depois de praticá-la, tinha a sensação de que o problema até “diminuía de tamanho”? Ou então percebeu que, para cuidar dos outros, é preciso primeiro cuidar de si mesma? Ou ainda tomou consciência de que, ao aumentar a carga na musculação ou a distância percorrida na corrida, nossa autoestima vai lá em cima e nos sentimos mais “fortes” para enfrentar outras questões ou conquistar novos objetivos na vida? Esses pontos me motivam a acordar todos os dias cedo e realizar o que é inegociável para mim. Mas, também, não vou negar que ver as mudanças no meu corpo me empolga e me deixa muito orgulhosa da mulher de 40 anos que estou me tornando!
Estou ainda mais animada para ver as mulheres ocupando as ruas do Recife no mês de março, mostrando que o lugar da mulher é onde ela quiser, mas especialmente cuidando de si mesma, do corpo e da mente! Essa corrida tem um significado muito simbólico. Imagine: uma mulher correndo (fazendo uma analogia com “correr atrás dos nossos sonhos”), ocupando as ruas (comparando com o fato de que, por muito tempo, o único espaço destinado às mulheres foi o lar), no mês de março (dedicado a dar visibilidade a pautas femininas que ainda precisam ser alcançadas) e mostrando à sociedade que merecemos respeito e segurança para correr atrás de nossas realizações, usando as roupas que quisermos (curtas, justas, folgadas...) e aproveitando os espaços urbanos no horário que desejarmos (de manhã, à tarde ou à noite).
Vida longa ao “We Are Women” e a todas nós que corremos atrás de tudo aquilo que ousamos sonhar!