#NossasCorredoras! ✨ Conheça GEÓRGIA CORDEIRO
13/03/2025 | 09:22:12

Eu me chamo Georgia Cordeiro tenho 43 anos, nasci em 10/03/1981, sou casada a 23 anos, tenho dois filhos maravilhosos, o Yago com 20 anos e a Yasmin com 13 anos, sou advogada e cristã.
A minha vida sempre foi envolvida em violência família, alcoolismo do meu pai e diante desse cenário eu tinha a obrigação de lutar por uma vida melhor, porem nossa vida não é um filme que tem um enredo perfeito, eu fiz muitos planos, mas tudo ocorreu de uma forma diferente do que tinha sonhado.
Luto contra a depressão, ansiedade e crise do pânico a quase 10 anos e em um momento muito difícil de minha vida, exatamente em maio de 2023 meu filho que na época era militar, falou que teria uma corrida do exército e toda a família se inscreveu para participar com ele. Nessa corrida de 5Km cheguei morrendo porem com uma sensação que eu poderia voltar a ser aquela mulher forte, determinada que um dia fui, e foi ai que decidi procurar uma assessoria de corrida e começar a treinar como uma forma de ajudar no tratamento da depressão.
Cada corrida, cada distância percorrida, cada chegada, cada história de superação que via durante as corridas, cada grito de pessoas falando “bora você consegue”, eram uma esperança que surgia em meu coração e uma lagrima que caia nos meus olhos. Nunca cheguei em uma corrida para não chorar e agradecer a Deus por mais uma conquista pessoal. Foram inúmeras recaídas ate conhecer um psiquiatra que no início de 2024 me ajudou muito e comecei o tratamento de forma correta, ocorre que em agosto do mesmo ano eu desisti do tratamento porque não tinha mais dinheiro para pagar as consultas e medicações e achava que já estava curada.
Em dezembro de 2024 comecei a ter novamente alguns picos de ansiedade, já não queria sair mais de casa, não queria falar mais com ninguém e comecei a me ferir para poder amenizar a dor emocional ao ponto de pedir para ser internada. Meu esposo começou a ficar desesperado e procurou o meu antigo psiquiatra que falou que iria me ajudar e comecei novamente em janeiro com as medicações e a terapia com outro anjo que surgiu em minha vida.
A minha situação estava tão seria que minha cama ficou com o formato de meu corpo, porque me acordava e ali mesmo ficava, isso quando conseguia dormir. Eu sempre falo que a depressão deveria sangrar para que as pessoas acreditassem no poder destruidor que ela tem, e da mesma forma que eu não conseguia tratamento a quase 10 anos, muitas outras pessoas também não conseguem, e as maiores vítimas são as mulheres porque se sentem na obrigação de darem conta de tudo, ou seja, tem que trabalhar, cuidar de filhos, do marido, manter sua casa impecável, se manter em forma, entre outras atribuições.
A corrida para mim significa liberdade, resiliência, superação, conexão comigo mesma e com Deus, me socializar, ver outros corredores nos seus momentos de superação, é um momento que entro no meu mundo e começo a conversar comigo mesma e falar o quanto sou forte, capaz, e que a linha de chegada só depende de mim. Logico que devido a doença tenho minhas dificuldades na respiração, tremores, dores no corpo, mais continuo a correr e me conectar com outras mulheres fortes, cada uma com suas dificuldades, mas que estamos aqui nesse mundo com um propósito de influenciar outras mulheres a voltarem a acreditar em si próprias e a corrida nos permite isso.